segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sugestões de Leitura - "D. Afonso Henriques"

D. Afonso Henriques, o nosso primeiro rei de Portugal foi um grande cavaleiro e guerreiro medieval, daqueles que usavam cota de malha de ferro e longa espada e participavam em batalhas enfrentando com valentia e coragem os seus inimigos. Talvez por isso, seja uma figura histórica tão acarinhada pelos jovens da vossa idade.Gostariam de conhecer melhor o nosso primeiro rei de Portugal? Bem, então, deixo-vos uma sugestão de leitura:


A autora do texto é Ana Oom e as ilustrações são de Sandra Serra.
A obra faz parte da coleção «Nomes Com História», e é recomendada como leitura para jovens pela Associação de Professores de História.

E que tal um cheirinho da narrativa para adoçar o apetite pela leitura?
   " O Condado Portucalense era uma região de montanhas altas e florestas densas. Pelos bosques, viam-se habitualmente inúmeras variedades de animais selvagens. Os lobos, os javalis e os cavalos que por ali andavam fascinavam D. Afonso Henriques. Ele adorava explorar estas terras com o seu aio, Egas Moniz. Costumavam arranjar um esconderijo seguro e, ao longe, ficavam horas a observar o que por ali se passava.
      D. Afonso era um rapaz muito curioso e as perguntas surgiam-lhe umas atrás das outras:
      - Porque é que os javalis andam com o focinho enfiado na folhagem?
     Egas Moniz nunca o deixava sem resposta:
     - Andam à procura dos melhores tubérculos para comer!
      D. Afonso assustava-se sempre que ouvia o uivar dos lobos. Às vezes, chegava mesmo a estremecer, mas a ideia de fugir nunca lhe ocorria. Por sua vez, Egas Moniz procurava esses momentos para lhe ensinar as principais curiosidades sobre cada espécie, falando-lhe dos seus hábitos, e em especial, da sua alimentação. Pressentia que D. Afonso iria ter um papel muito importante no futuro do Condado Portucalense e queria prepará-lo da melhor forma.
      Nesses passeios acompanhava-os, por vezes, Lourenço, filho de Egas Moniz. Como eram da mesma idade, Lourenço e D. Afonso entendiam-se perfeitamente e tinham em comum a paixão pela natureza. No entanto, para D. Afonso, a brincadeira preferida era manejar a espada e costumava  desafiar o seu amigo:
      - Lourenço, hoje deixa lá esses animais em paz e vem comigo... Traz a tua espada... Podemos fingir que somos verdadeiros cavaleiros e que lutamos contra os inimigos. Vais ver que nos vamos divertir!
      - Está bem! Mas, a seguir, podemos ir procurar coelhos...
      Deste modo ficavam os dois contentes. Contudo, Egas Moniz não os deixava muito tempo sozinhos, mesmo que fosse para brincar. Tinha de ensinar D. Afonso a ser um verdadeiro cavaleiro. Esta era uma das principais missões da sua vida, que lhe tinha sido entregue pelo conde D. Henrique, pouco tempo antes de morrer. Por isso, recordava frequentemente as suas palavras:
      - Escolhi-te para educares o meu filho Afonso Henriques. Sei que és um homem sensato, honesto e digno. Não tenho dúvidas de que serás um bom exemplo!
      Orgulhoso, Egas Moniz aceitou este desafio e, a partir de então, passou a acompanhar D. Afonso Henriques por todo o lado. Sempre que este brincava com a espada, aproveitava para lhe dar algumas indicações:
      - Afonso, com mais estilo. Desembainha a espada com mais ligeireza e de uma só vez. Tens de te fazer notar... Só assim serás um nobre cavaleiro!..."
    
Querem saber mais? Então, resta-vos continuar a leitura desta pequena história, sobre a grande figura da grande História de Portugal que foi D. Afonso Henriques.
Boa leitura!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Finalmente nasceu Portugal!


Aos alunos do 5ºano:
Finalmente chegámos à História de Portugal! Já era sem tempo, não acham?
Pois é, hoje na aula, ficámos a saber que Portugal nasceu como reino independente no século XII, mais precisamente no dia 5 de outubro do ano de 1143, com a assinatura do Tratado de Zamora.
Recordo-vos que coloquei  neste blogue, há já algum tempo atrás,  um pequeno video sobre D. Afonso Henriques, intitulado "O primeiro rei". Consultem as postagens do mês de Dezembro. Vão ver que é muito engraçado!
Agora deixo-vos um conjunto de três videos muito interessantes  que encontrei no Youtube. É um trabalho feito por alunos de um Colégio de Coimbra e conta  a história dos feitos de D. Afonso Henriques, o nosso primeiro rei de Portugal.   Vejam do princípio até ao fim e não desistam no final do primeiro video. Vão ver que apesar de não terem efeitos especiais e de não terem sido gravados em Hollywood,  são muito divertidos e ajudavam-vos a recordar os conteúdos trabalhados nas últimas aulas de História e Geografia de Portugal. Afinal o objetivo que me levou a construir este blog, foi ajudar-vos a aprender mais e de uma forma divertida!
Se gostarem destes pequenos filmes, poderemos pensar em fazer um filme sobre um outro tema da História de Portugal, lá mais para o final do ano letivo. O que acham do desafio?



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A independência do Brasil

Independência ou morte!!!

Lembram-se ? Foi este o grito proclamado por D.Pedro IV (filho de D.João VI e D. Carlota Joaquina) junto ao riacho Ipiranga no dia 7 de Setembro de 1822.
O pequeno filme que vos deixo, ajuda-vos a relembrar o episódio narrado na aula. Boa visualização!

A Guerra civil entre Liberais e Absolutistas - Um pouco de História Local

Como viveu o concelho de Milfontes o período da guerra entre liberais e absolutistas? Será que os habitantes deste cantinho no litoral alentejano viveram este período da História num ambiente de calma e tranquilidade, indiferentes à guerra que assolava todas as regiões do reino?
Atendamos ao que no diz o historiador António Martins Quaresma:

"Expulsos os franceses, a guerra civil entre absolutistas e liberais trouxe poucos anos depois ao país e à região um período de graves perturbações sociais.
Em 1833, há notícias de que os absolutistas perseguem e prendem os liberais. No ano seguinte, porém, com a derrota de D. Miguel, o liberalismo instala-se; no concelho de Milfontes, são instaurados 45 processos movidos por liberais perseguidos e presos, com vista à indemnização de danos materiais e morais causados pelos miguelistas, em conformidade com o decreto de 31 de janeiro de 1833."
       in, António Martins Quaresma, Apontamento histórico sobre Vila Nova de Milfontes

                                              Guerra civil entre liberais e absolutistas

A verdade é que toda esta região do litoral alentejano, incluindo sa serras do Cercal, de São Luís e mais longe de Monchique e Caldeirão constituíam um importante refúgio para os bandos de guerrilheiros absolutistas e partidários de D. Miguel que espalhavam o terror e o medo pelas populações.  O mais famoso bando de guerrilheiros que se escondeu por estes lugares foi o bando do Remexido, um famoso miguelista perseguido pelos liberais, que mesmo depois da derrota miguelista não se quis render.
Foi capturado em 1838 na serra algarvia e condenado à morte. 
                                                              A detenção do "Remexido"

Para ficares a conhecer um pouco melhor a faceta desta figura histórica da História Local lê o excerto da obra "Um trono para dois irmãos" da coleção "Viagens no Tempo" de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada:

"(...) Outro perigo espreitava, porém, nos esconderijos da serra. — Temos que ter cuidado — advertiram os capitães. — Anda por aí um bando perigosíssimo que ataca pela calada da noite. Fazem verdadeiras razias e depois desaparecem sem deixar rasto. O chefe é um tal Remexido. Nas aldeias basta ouvirem-lhe o nome para se irem fechar em casa a tremer de medo. — Sabe o que me contaram do Remexido, capitão? Dizem que pode estar três dias e três noites sem comida de gente. Não perde a força porque mastiga umas certas raízes que só ele conhece. — Isso fazia-nos jeito para rações de combate — brincou o capitão. — Se o encontrarmos havemos de o convencer a revelar o segredo. — Nem a tiro. O Remexido é fanático por D. Miguel. Até lhe digo mais. Se por azar o tipo anda aí à espreita e vê as nossas fitas azuis e brancas, estamos fritos. — Tens medo? — Falei só para a gente se precaver. Não tenho medo nenhum. O movimento da cabeça e os olhares furtivos na direção das moitas mais cerradas indicavam que mentia, o que neste caso só lhe ficava bem. Um soldado não pode dar parte de fraco, senão perde a coragem e desanima os companheiros. Não era no entanto de espantar que ele e os outros percorressem os caminhos íngremes da serra algarvia com receio de serem surpreendidos pelo bando do Remexido. Havia quem dissesse que eram só vinte ou trinta, mas também havia quem garantisse que eram mais de mil. E contava-se que faziam verdadeiras loucuras! Cada restolhada punha-os em sobressalto, o mínimo ruído parecia-lhes suspeito.(...)»

(in Um Trono para Dois Irmãos, pp. 117-118)


Os Muçulmanos na Península Ibérica


Acabámos de estudar o tema "Os Muçulmanos na Península Ibérica". Os Muçulmanos, crentes no Deus Alá iniciaram a sua expansão, desde a Arábia, no século VI, tendo entrado  na Península Ibérica no ano 711. Depois da vitória sobre os Cristãos Visigodos na batalha de Guadalete, os Muçulmanos rapidamente se espalharam pelo território peninsular, dominando-o. Este povo, que na Península Ibérica ficou conhecido pela designação de "Mouros" permaneceu durante muitos séculos na Península, deixando-nos uma preciosa herança.
O video que vos deixo, apesar de narrado e legendado em português do Brasil, permite-vos recordar aquilo que aprendemos na sala de aula sobre os Muçulmanos. O video faz parte de um programa de televisão sobre os povos do mundo. Vão ver que é muito engraçado! Divirtam-se e aprendam!






Depois de terem visionado o video, deixo-vos, como curiosidade, uma lista de palavras que nos foram deixadas pelos árabes e que hoje fazem parte da  nossa língua.
Açafrão: planta bulbosa (do árabe Alzafaran)
Acelga: planta hortense (do árabe Al Silq
)
Açoite: instrumento de couro para bater (do árabe Alsauf)

Açúcar: substância doce (do árabe Al Sukkar
)
Açude: construção para represar água (do árabe Al Sudd
)
Alambique: aparelho de destilação (do árabe Al Inbiq
)
Alaúde: antigo instrumento de cordas e madeira (do árabe Al Úd
)
Alcachofra: planta hortense (do árabe Alkursuf
)
Alcaçuz: planta leguminosa (do árabe Irq´Alsús
)
Alcaide: antigo governador, oficial de justiça (do árabe Alqa´id
)
Alcaparra: planta hortense (do árabe Alkabbar
)
Alcateia: bando de lobos (do árabe Al Qati
)
Alcatrão: produto da destilação da hulha (do árabe Alqatran
)
Alcova: pequeno quarto de dormir (do árabe Alqubbaht
)
Alcunha: apelido (do árabe Al Kuniaht
)
Argola: pequeno aro (do árabe Al Gull
)
Armazém: depósito de coisas e mantimentos (do árabe Almakzan
)
Arroz: planta gramínea, alimento básico (do árabe Al Ruzz
)
Assassino: aquele que mata traiçoeiramente (do árabe Hassas
)
Califa: chefe soberano muçulmano (do árabe Khalifat
)
Cartaz: papel grande que contém anúncios (do árabe Qartás
)
Chafariz: construção de alvenaria, com várias bicas de água (do árabe Sihrij
)
Elixir: preparação de certos xaropes (do árabe Al´iksir
)
Enxaqueca: dor forte de cabeça (do árabe Al Saqiqaht
)
Enxoval: conjunto de roupas de uma noiva (do árabe Alsuwar
)
Espinafre: planta hortense (do árabe Isfanak
)
Fardo: coisas mais ou menos volumosas (do árabe Fard
)
Fulano: designação vaga de alguém (do árabe Fulan
)
Gazela: animal do gênero dos antílopes (do árabe Gazalah
)
Gesso: sulfato de cal hidratado (do árabe Jass
)
Girafa: grande mamífero (do árabe Zarafaht)
Aldeia: pequeno povoado (do árabe Aldaiah)
Alecrim: arbusto aromático (do árabe Al Iklil
)
Alface: planta herbácea (do árabe Alkass
)
Alfaiate: aquele que faz roupas de homens (do árabe Al Khaiatt
)
Alfândega: repartição pública onde se cobram impostos por entrada de mercadorias (do árabe Alfunduq
)
Alfazema: arbusto odorífero (do árabe Al Kuzama
)
Alforria: liberdade (do árabe Al Hurriiaht
)
Algemas: instrumento de ferro com que se prende (do árabe Al Jamiaht
)
Algibeira: poço artesiano (do árabe Aljab
)
Algodão: penugem vegetal (do árabe Al Qutn
)
Alicerce: parte inferior das paredes (do árabe Al Asas)
Almôndega: bolo de carne moída (do árabe Almundaqq
Alqueire: antiga medida de terras (do árabe Al Kail)
Alquimia: química da idade média (do árabe Alkimiiá
)
Alvará: documento de licenciamento (do árabe Albarah´aht
)
Anil: substância com que se tinge de azul roupas (do árabe Alnil)
Jarra: vaso de barro (do árabe Jarrah)
Javali: porco bravo (do árabe Jabali
)
Laranja: fruto da laranjeira (do árabe Naranj
)
Limão: fruto do limoeiro (do árabe Laimun
)
Matraca: instrumento musical de madeira (do árabe Mitraqat
)
Oxalá: designativo de se deus quiser (do árabe In:xallah
)
Quintal: antiga medida de peso (do árabe Qintar
)
Resma: quinhentas folhas (do árabe Rizmaht
)
Sultão: título de imperador entre turcos (do árabe Sultan
)
Taça: vaso para beber (do árabe Tá
s)
Tâmara: fruto da tamareira (do árabe Tamr
)
Xadrez: jogo de tabuleiro (do árabe Sitranj
)
Xarope: medicamento líquido (do árabe Sarab
)
Xerife: título usado por príncipes muçulmanos (do árabe Sharif)

Cidades e Palácios Muçulmanos na Península Ibérica

Córdova, foi durante séculos, a capital do reino muçulmano na Península Ibérica, o qual tinha o nome de Al-Andaluz. Os pequenos videos que vos deixo, permitem-nos conhecer as dimensões da cidade de Córdova, assim com o interior do palácio de Medina Azahara, o palácio do  mais famoso califa do Al-Andaluz,  Abd Al- Rahmán III.