Os alimentos também têm História!...
Hoje de manhã, ouvi a notícia de que a dieta mediterrânica foi classificada como património imaterial da Humanidade pela Unesco. Como portugueses, devemos estar orgulhosos do facto de o nosso país pertencer a um conjunto de países que preservam este tipo de alimentação baseada na ingestão de alimentos saudáveis como o azeite, o pão, o peixe e o vinho.
O tema "alimentação" geralmente abordado na disciplina de Ciências Naturais, também pode ser abordado numa perspetiva histórica, uma vez que ela é e sempre foi essencial à vida do Homem na Terra, responsável por transformações e mudanças na organização social, causa de conflitos, guerras e conquistas...
Hoje vou começar por vos falar de um alimento que não é originariamente europeu e como tal, pouco mencionado quando se fala da dieta mediterrânica: a batata. Ela faz parte da nossa alimentação diária, sendo consumida e confecionada das mais variadas e diferentes formas. No entanto, nem sempre foi assim. Os nossos antepassados europeus que viveram há mais de 300 anos, não conheciam a batata. Ela é uma planta originária de um país chamado Perú que fica localizado na América do Sul. Foi trazida para a Europa no século XVI pelos navegadores e descobridores espanhóis que exploraram essa região.
No século XVII, a batata era cultivada na Europa, mas servia apenas de alimento para o gado. Só no século XVIII, em períodos em que a fome apertou é que os seres humanos ousaram experimentar tal alimento. E não é que ficaram a gostar?
Antes da introdução da batata, o alimento energético mais comum era o pão (de trigo, de centeio ou milho). No norte de Portugal consumia-se a castanha, razão pela qual os camponeses do norte, quando começaram a introduzir a batata na sua alimentação diária, a apelidaram de "castanha das Índias" (isto, por causa da tal confusão de Cristóvão Colombo, o descobridor da América que, em 1482, ao desembarcar nas Antilhas, julgou ter descoberto a Índia).
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