terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Estamos no Carnaval

Hoje é dia de Carnaval, mais precisamente "terça-feira gorda" termo que os mais velhos usavam para designar o dia em que se podia comer carne, enchidos e guloseimas, brincar e pregar partidas aos amigos e aos vizinhos.
Vocês poder-me-ão perguntar: O que é que o Carnaval tem a ver com a História? Por que é que a professora de História e Geografia de Portugal resolveu escrever sobre o Carnaval?
Pois é, através deste blog, vocês vão-se apercebendo de que, afinal, a "História" não se resume apenas aos conteúdos que estão no manual de História e Geografia de Portugal, mas que está em todo o lado. A História é uma ciência humana e, como tal, todas as coisas que os seres humanos fazem, os hábitos,os rituais, as tradições, os costumes e as festas têm também uma História.
O Carnaval remonta à antiguidade clássica, ou seja ao tempo dos Gregos e dos Romanos. Nessa época mais recuada, as festas do Carnaval eram festas de agradecimento aos deuses pelas boas colheitas. Em Roma, o Carnaval realizava-se em dezembro e as festas celebradas em honra do deus Saturno (chamava-se a esta festa "As Saturnais") duravam sete dias. Durante as Saturnais, os Romanos disfarçavam-se e faziam cortejos nas ruas, os escravos podiam sair à rua e divertir-se e até o imperador participava nas brincadeiras.
Na Idade Média, o Cristianimo adotou a festa do Carnaval, permitindo que os cristãos se divertissem, comendo e brincando nos três dias antes do início da Quaresma. Como durante a Quaresma (40 dias antes da Páscoa) os cristãos não podiam comer carne, o dia de terça-feira gorda era aquele em que todos aproveitavam para a comer e, ao mesmo tempo dançar, brincar e divertir-se. Neste dia de "Carnis valle" (em latim significava prazer de comer carne), os cristãos matavam normalmente um galo e saíam à rua para se divertirem, fazendo aquilo que não lhes era permitido noutras épocas do ano. Era costume, neste dia, pregarem-se muitas partidas.



As imagens que acabei de passar mostram-vos os caretos, figuras muito ligadas ao Carnaval tradicional português. Em algumas aldeias do norte de Portugal, os rapazes ainda se disfarçam de caretos no dia de Carnaval e saem à rua para chocalhar (brincar sem maldade) com as raparigas.

No século XVIII, os reis, as rainhas e a corte também começaram a festejar o Carnaval. Não faziam desfiles ou brincadeiras de rua como o povo, mas participavam em bailes de máscaras.

 
 
No século XIX, na cidade de Lisboa, surgiu nos cortejos de Carnaval uma figura típica, o Xexé, também conhecido por Peralta ou Pisa-flores. Este homem, vestido com uma casaca garrida com punhos de renda, longa cabeleira e chapéu bicórnio pretendia satirizar (brincar) com a figura do príncipe D. Miguel (absolutista)e percorria as ruas convidando os transeuntes (os que passavam) a participar na festa.


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